Arautos da tempestade
Fecho os olhos, e sinto o relâmpago que procede o trovão. Juntos correm o vale anunciando o inicio da tempestade. O ar em redor torna-se mais fluido, mais frio e mais húmido. Em redor do caminho de terra batida toda a vegetação, de as folhas amareladas pelo inicio do outono, se curva ao vento que se levanta e cresce, obedecendo aos gritos dos arautos, dançando em compasso com o canto que se ouve. Tal como os homens que se encontram refugiados na citadela, por todo o vale as bestas procuram o seu abrigo. O vento carrega o som de melodias antigas, repletas de poder conjurado pelos antigos sábios, que são entoadas desde que o meu povo é povo, mesmo nos tempos em que que Imoham ainda não era Imoham. Árvores, folhas, ervas, animais selvagens, aves e vermes conhecem-no de cor, e entoam-no quando o vento passa, e todos os seres viventes prestam homenagem à Rainha que está preste a chegar e a reclamar a sua soberania. Eu também.
Respiro o ar, procurando os perfumes que havia descoberto quando, pela primeira vez, entrei no vale. Era primavera, e os campos apresentavam-se verdes e vicosos, polvilhados com o amarelo e violeta das flores que aqui crescem. Nessa altura o meu mentor e mestre Am-Houit tinha me conduzido pelos trilhos das montanhas, e assim assegurar que eu conheceria o caminho para a citadela. Tinha-mos alcançado esta colina quando retirou o seu colar de runas, colocou-o ao meu pescoço, e de olhos cerrados, com a mão esquerda sobre o peito e a mão direita sobre o meu coração conjurou um cântico de protecção. Depois, sem mais palavras, despediu-se num abraço robusto e partiu mergulhando nas montanhas. Fiquei sozinho desde então, lutando e sobrevivendo; uma ultima lição antes de enfrentar os desafios que me estão reservados na Cidade de Imoham.
Abro os olhos, e vejo o vento que segurando as folhas caídas, as eleva do chão, e lhes permite observarem novamente o mundo do alto. As primeiras gotas atingem a minha capa verde, tão verde como as ervas que cobrem o chão. Dentro em pouco a Rainha chegará plena e exuberante, carregada de poder e beleza, e cheia de raiva, de fúria para com os imprudentes e arrogantes que não se acautelam devidamente à sua passagem.
Outro relâmpago fende os céus. Espalha-se pela terra num estuário de energia. Tão perto se encontra que um arrepio de energia percorre as crinas brancas do meu cavalo. Desfaço o feitiço que me prende àquela paisagem. Meço o caminho de terra batida que corta o verde, amarelo e violeta dos campos até mergulhar num punhado de árvores, e finalmente ressurgir perto da entrada do castelo. Calculo a distância, e tento adivinhar quanto tempo levarei até atingir os seus portões. O grito rouco e longo do trovão chega finalmente, e atinge-me pelas costas, e faz-me ressoar o seu canto. A minha montada responde-lhe, primeiro com com um relincho desafiador, e depois com o som do seu galope.
Os seus cascos ganham ritmo, e marcam o tempo da canção que o vento canta. Cada vez mais rápido, cada vez mais alto, cada vez mais forte, até se provarem mais rapidos, mais sonoros, e mais velozes que o próprio vento. A Rainha estará certamente feliz, pois mais um arauto corre veloz pelo campo verde, anunciando a sua chegada.
Respiro o ar, procurando os perfumes que havia descoberto quando, pela primeira vez, entrei no vale. Era primavera, e os campos apresentavam-se verdes e vicosos, polvilhados com o amarelo e violeta das flores que aqui crescem. Nessa altura o meu mentor e mestre Am-Houit tinha me conduzido pelos trilhos das montanhas, e assim assegurar que eu conheceria o caminho para a citadela. Tinha-mos alcançado esta colina quando retirou o seu colar de runas, colocou-o ao meu pescoço, e de olhos cerrados, com a mão esquerda sobre o peito e a mão direita sobre o meu coração conjurou um cântico de protecção. Depois, sem mais palavras, despediu-se num abraço robusto e partiu mergulhando nas montanhas. Fiquei sozinho desde então, lutando e sobrevivendo; uma ultima lição antes de enfrentar os desafios que me estão reservados na Cidade de Imoham.
Abro os olhos, e vejo o vento que segurando as folhas caídas, as eleva do chão, e lhes permite observarem novamente o mundo do alto. As primeiras gotas atingem a minha capa verde, tão verde como as ervas que cobrem o chão. Dentro em pouco a Rainha chegará plena e exuberante, carregada de poder e beleza, e cheia de raiva, de fúria para com os imprudentes e arrogantes que não se acautelam devidamente à sua passagem.
Outro relâmpago fende os céus. Espalha-se pela terra num estuário de energia. Tão perto se encontra que um arrepio de energia percorre as crinas brancas do meu cavalo. Desfaço o feitiço que me prende àquela paisagem. Meço o caminho de terra batida que corta o verde, amarelo e violeta dos campos até mergulhar num punhado de árvores, e finalmente ressurgir perto da entrada do castelo. Calculo a distância, e tento adivinhar quanto tempo levarei até atingir os seus portões. O grito rouco e longo do trovão chega finalmente, e atinge-me pelas costas, e faz-me ressoar o seu canto. A minha montada responde-lhe, primeiro com com um relincho desafiador, e depois com o som do seu galope.
Os seus cascos ganham ritmo, e marcam o tempo da canção que o vento canta. Cada vez mais rápido, cada vez mais alto, cada vez mais forte, até se provarem mais rapidos, mais sonoros, e mais velozes que o próprio vento. A Rainha estará certamente feliz, pois mais um arauto corre veloz pelo campo verde, anunciando a sua chegada.
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